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Roda de conversa do Corecon debate as mulheres no mercado de trabalho
Roda de conversa do Corecon debate as mulheres no mercado de trabalho - Corecon/SC

O Banco Central do Brasil nunca foi presidido por uma economista. Dados estatísticos oficiais comprovam que a maior escolaridade das mulheres, assim como sua maior participação no mercado de trabalho, não lhes gerou, no entanto, rendimentos mais elevados. As hipóteses para a baixa presença de mulheres economistas são diversas, entre elas o preconceito enraizado quanto às mulheres, quer seja no meio acadêmico ou no mercado econômico-financeiro.

O tema da mulher no mercado de trabalho foi pauta da primeira roda de conversa, realizada na noite de segunda-feira (9), na sede do Conselho Regional de Economia de Santa Catarina (Corecon/SC) no Centro de Florianópolis. Promovido pelo Corecon, o debate marcou a passagem do Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março. Participaram do encontro, que durou cerca de duas horas, economistas com atuação em diferentes áreas do mercado.

O debate foi conduzido pela presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Ivoneti Ramos, e contou, entre outras, com a presença das profissionais Giselle Meira Kersten, Lyza, Anzanello de Azevedo, Gabriela Nedeff, Rosangela Aparecida da Silva e da pesquisadora e acadêmica Carolina Custódio. “Mulheres mobilizadas em um debate qualificado, com base em estudos e pesquisas”, definiu a presidente do Corecon, que pretende repetir o evento em outras datas deste ano.

Barreiras

Para a coordenadora do Programa de Extensão Esag Sênior e professora das universidades do Estado de Santa Catarina (Udesc) e do Vale do Itajaí (Univali), Giselle Meira Kersten, as mulheres encontram mais barreiras ligadas ao sexo. “São fatores biológicos e legais ligados à gestação e à maternidade, principalmente”. Já na ascensão profissional, as barreiras são mais ligadas ao gênero (fator histórico-sociocultural). “As empresas foram construídas por homens para serem geridas por homens, o que privilegia o papel masculino nos cargos mais altos”, observou. Para ela, mulheres chegam a altos níveis hierárquicos quando assumem um perfil socialmente ligado ao gênero masculino.

A economista também considera que, sobre a manutenção do emprego, há fatores ligados tanto ao sexo (biológico) quanto ao gênero (social) que trazem desvantagens para as mulheres. “Historicamente aos homens foram reservados os papéis de produção e, às mulheres, o de reprodução”, disse. Isso explicaria, para ela, a presença maior delas em setores como a educação e o cuidar de outro.

De acordo com dados do Conselho Federal de Economia (Cofecon), o número de mulheres economistas atuando na profissão, em 2018, representavam 26,81% do total de registros (são 14.809 mulheres frente a 40.424 homens). Em Santa Catarina, do total de economistas registrados no Corecon, 81% são homens e 19%, mulheres. Do total, aproximadamente 50% dos profissionais atuam no setor público e 55,5% tem mais de 50 anos.